Donald Trump resolveu atacar o Brasil com mais imposições de tarifas. O imposto de 50% anunciado na quarta-feira, 9 de julho, sobre produtos brasileiros é a mais alta entre as novas taxas divulgadas até o momento.
Segundo carta enviada ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Trump declarou que a tarifa de 50% será aplicada sobre "todas e quaisquer exportações brasileiras enviadas para os EUA, separada de todas as tarifas setoriais existentes". Como justificativa, o presidente norte-americano declarou que isso é uma forma de penalizar
o Brasil pela suposta "perseguição a Jair Bolsonaro" que está enfrentando um processo criminal pelo Supremo Tribunal Federal por conta da tentativa de golpe na democracia brasileira. Muitos analistas veem essa declaração dos Estados Unidos como um ataque à soberania do Brasil e uma tentativa de influenciar a política mundial.
A carta cita também um suposto déficit comercial dos Estados Unidos com o Brasil para justificar a nova imposição de tarifas. No entanto, dados oficiais apontam que o saldo do comércio entre os dois países foi positivo para os Estados Unidos em US$ 51 bilhões entre 2014 e 2024. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, o Brasil tem registrado, desde 2009,
déficits comerciais
seguidos com os EUA. Isso significa que o Brasil gastou mais com importações do que recebeu com exportações em 16 anos.
Trump já havia intensificado sua ofensiva comercial global em 7 de julho, enviando cartas formais a 14 países alertando sobre novas tarifas pesadas, a menos que os acordos comerciais sejam renegociados até 1º de agosto. Os países alvos variam de aliados importantes, como Japão e Coreia do Sul, a economias menores, como Tunísia e Laos, com tarifas que variam de 25% a até 40%.
Os mais recentes países a passarem pelas novas tarifas
são Argélia, Brasil, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka, com tarifas que variam de 20% a 50%.
A Casa Branca confirmou que o prazo original para a implementação dessas tarifas foi prorrogado até 1º de agosto por meio de um decreto. Trump chamou o novo prazo de "firme, mas não 100% firme", sugerindo flexibilidade caso os países decidam retomar as negociações.
Na carta, o presidente americano também afirma que "não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas do país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos". Em caso de retaliação, ele prometeu devolver na mesma medida.
Trump está acostumado a promulgar políticas que geram alvoroço, e o primeiro anúncio de tarifas em 2 de abril não foi exceção. Chamando-a de "Dia da Libertação". Após revelação de uma rodada de tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais globais, o mercado de ações dos EUA despencou horas depois.
Especialistas financeiros têm alertado sobre as consequências da escalada da guerra comercial na economia nacional, potencialmente levando os EUA à recessão. Mas o que exatamente é uma tarifa e por que Trump as favorece tanto?
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